segunda-feira, 20 de junho de 2011


Ele é meu amigo de infância, o meu primeiro amor. É agradável, engraçado, querido e tem pelas pessoas um afeto sobre-humano, desses que te faz pensar que a vida só é bem vivida quando você ama o próximo, mas não se assuste, essa sensação só dura nos dez minutos inicias, o tempo exato até ele dizer o primeiro palavrão ou uma das suas gírias e se mostrar como realmente é, imperfeito, moleque.
Ele sempre causa em mim a sensação de que nunca vai crescer, os amigos dele são mais novos do que ele, tem pouca – quase inexistente – experiência com as mulheres, seus sonhos são pequenos demais, até mesmo pra ele, a esperança é pouca. É tudo muito pouco. Mas existe alguma coisa dentro dele, algo que ele nem sabe que existe, que o torna grande demais. Grande demais, não inalcançável. Ele é alcançável, basta esticar os braços e você o terá.
Ele, além de tudo, é o limite. E limita tudo, até o que é ilimitado, o que não se pode conter. Limita a mim. E eu acabo por esticar os braços, no meu limite, o suficiente pra poder alcançá-lo.
E talvez seja esse meu problema. Esticar os braços. Porque eu não sei só esticar os braços. Eu quero abraçar. Eu quero andar de mãos dadas. E toda vez que você quer demais, você acaba ficando sem nada.


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